ATA DA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
12-5-2011.
Aos doze dias do mês de maio do ano de dois mil e
onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Elói Guimarães, João Antonio
Dib, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni
Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Pedro Ruas, Professor
Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: pelo vereador Airto Ferronato, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 039 e 048/11 (Processos nº 1385 e 1511/11, respectivamente);
pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Resolução nº 015/11 (Processo nº
1668/11); pelo vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº
047/11 e o Projeto de Resolução nº 013/11 (Processos nos 1445 e
1542/11, respectivamente); e pelo vereador Waldir Canal, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 051/11 e o Projeto de Resolução nº 014/11 (Processos nos
1618 e 1540/11, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos
290930, 290931, 290932, 290933, 290934, 290935 e 290936/11, do senhor Daniel
Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –
FNDE. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Vigésima Primeira, Vigésima
Segunda, Vigésima Terceira, Vigésima Quarta, Vigésima Quinta, Vigésima Sexta,
Vigésima Sétima, Vigésima Oitava, Vigésima Nona, Trigésima, Trigésima Primeira,
Trigésima Segunda, Trigésima Terceira, Trigésima Quarta, Trigésima Quinta,
Trigésima Sexta e Trigésima Sétima Sessões Ordinárias, da Quinta Sessão
Extraordinária e da Primeira e Segunda Sessões Solenes. Após, o vereador Nelcir
Tessaro manifestou-se acerca do sistema eletrônico de votações e formulou
Requerimento verbal, solicitando revisão técnica do microterminal utilizado por
Sua Excelência neste Plenário, tendo-se manifestado a respeito o vereador
Tarciso Flecha Negra. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao senhor Michael Santos, Secretário-Geral do Instituto de
Integração Social, que se manifestou sobre política habitacional e a Copa do
Mundo FIFA 2014. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Nelcir Tessaro, Airto Ferronato, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença,
Adeli Sell e João Antonio Dib
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir,
o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema
em debate, ao senhor Michael Santos. Às quatorze horas e quarenta e sete
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em
prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo vereador Professor Garcia, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o
vereador Professor Garcia, em tempo próprio e em tempo cedido pelo vereador
Pedro Ruas. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou as presenças, neste
Plenário, de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Alberto Torres, que
comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação
Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores João
Antonio Dib, Maria Celeste, Pedro Ruas, Aldacir José Oliboni, este pela
oposição, e Elói Guimarães. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Às dezesseis horas e nove
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo
vereador João Antonio Dib, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores
DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo
senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma
Questão de Ordem.
O SR. NELCIR
TESSARO: Ontem, na votação do PLL nº 164/09 e da Emenda nº 1, começamos pela
votação da Emenda nº 01, e eu votei “não”. Depois, na votação do Projeto em si,
também votei “não”, mas na Ata não consta que eu votei no dia de ontem! Eu fui
buscar o auxílio da nossa TVCâmara, na imagem do painel, e consta claramente
que eu votei. Então, estou levantando esta Questão de Ordem, porque fica muito
estranho nós estarmos votando e nos terminais não aparecer o voto. Eu gostaria
que isso ficasse registrado e que fosse retificado, porque fica mal votarmos de
uma maneira e sair para a população como se não tivéssemos votado.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Tessaro, foi feito o seu registro. Vai ser
feita a retificação do seu voto do dia de ontem. O nosso Diretor Legislativo já
me comunicou isso. O senhor pode ficar tranquilo.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente. Também na linha do Ver. Nelcir Tessaro, na
primeira votação, com relação às empresas de ônibus, sobre os banheiros, eu
votei “sim”, e, na segunda votação, que foi ontem, eu não estava no Plenário,
eu saí uns 20 minutos antes, porque eu tinha um compromisso de ordem pessoal, e
achei que ia dar tempo de voltar e votar, mas não consegui. Quero deixar bem
claro que eu votei “sim”, e ali diz que tem Vereador que votou “sim” e depois
mudou o seu voto. Eu não votei ontem.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o registro, Ver. Tarciso. Passamos à
O Sr. Michael Santos,
representando o Instituto de Integração Social, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à habitação e
Copa 2014.
O SR. MICHAEL
SANTOS: Boa-tarde, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras
desta Casa, hoje eu venho em nome da Comissão de Habitação da Grande Cruzeiro,
da qual fazem parte 22 vilas que compõem o Orçamento Participativo, e da nossa
organização comunitária da região, para tratar do tema do bônus-moradia e
também em relação à área da FASE, que é uma reivindicação antiga da nossa
comunidade, para a habitação.
Antes disso, eu gostaria de fazer um agradecimento
especial ao nosso então Presidente da Comissão de Direitos Humanos, no ano
passado, Ver. DJ Cassiá, também ao Ver. Toni Proença, ao Ver. Tarciso, ao Ver.
Sebastião Melo, ao Ver. Maurício e ao Ver. Adeli Sell. Também não podemos
deixar de citar o companheiro, Vereador do PMDB, que estava conosco na primeira
reunião da Comissão, Bernardino Vendruscolo. Todos tiveram um papel de extrema
importância para que a Comissão alcançasse o pleito de ter representantes da
nossa região no GT de obras da Copa de 2014. Isso só foi possível a partir do
empenho desses Vereadores desta Casa - nos reunimos aqui na Comissão e, depois,
fomos recebidos pelo Prefeito José Fortunati no Paço Municipal. Então, estamos
aqui também para agradecer, porque ali foi dado o pontapé inicial para que
pudéssemos participar, para que tivéssemos conhecimento desse Projeto e que
pudéssemos acompanhar, propondo e ajudando a construir uma alternativa melhor
para aquelas famílias que serão atingidas pela Copa de 2014.
Nós queríamos aqui pedir, fazer um apelo para que
fosse colocado em votação, para que seja assegurado, imediatamente, a partir do
cadastro socioeconômico, o Projeto do Bônus-Moradia, que passou e tramitou por
todas as Comissões aqui desta Casa, e nós não entendemos por que ele ainda não
foi colocado em votação.
O Projeto do Bônus-Moradia foi construído a partir
de um debate lá com a nossa região, e encontrou no Ver. Adeli Sell um grande
parceiro para trazer esse debate para esta Casa, e nós não entendemos,
Presidente DJ Cassiá, por que esse Projeto ainda não foi colocado em votação.
Aliás, nós queremos, antes que esse Projeto seja colocado em votação, que seja
acrescida a ele uma Emenda que garanta, Ver. Toni Proença, a possibilidade da
unificação dos bônus-moradia. Hoje nós trabalhamos, sim, num debate, já
discutindo valores do bônus-moradia, e nós entendemos que um valor por uma
moradia lá, justo, tem que ser em torno de 70 mil reais. Essa possibilidade da
unificação, Ver. Toni Proença, será a garantia de que as pessoas possam fazer
uma aquisição para aquelas famílias que já residem juntas, no mesmo espaço
físico, na mesma moradia; esse valor dá a condição de comprar ali nas
proximidades, porque é uma região em que o valor das casas é muito alto, é
muito próximo aqui do Centro, e nós esperamos a sensibilidade desta Casa em
colocar, imediatamente, nos próximos dias, esse Projeto em votação, para dar
tranquilidade a esse povo, a essas quase duas mil famílias que serão atingidas
pelos projetos da Copa.
Mas nós queremos ir além. Nós achamos que a Cidade
não pode perder a oportunidade, porque virão recursos pesados do Governo
Federal para resolver algumas questões crônicas lá da nossa região, em especial
a questão da Educação. É uma das questões que a gente tem colocado junto ao
Governo Municipal, tem cobrado a participação do Governo do Estado - que até
então não tem aparecido lá na região, não tem topado fazer esse debate da Copa
de 2014 -, porque nós entendemos que o Governo do Estado tem que garantir
escola de Ensino Médio para uma região que tem quase 100 mil habitantes. Não dá
para aceitar que não haja escola de Ensino Médio na Grande Cruzeiro.
Então, nós queremos, também, em relação ao Governo
do Estado, que se abra o debate sobre a área da FASE. Nós, há dois anos, desde
o Governo anterior, da Yeda Crusius, já colocávamos em papel, já trazíamos
documentos para esta Casa, solicitando uma pequena parte daquela área da FASE
para moradia popular. Reivindicamos pelo menos 5 hectares para resolver o
problema da moradia lá da região não somente dessas famílias que serão
atingidas pelas obras da Copa de 2014, mas também para tirar aquelas famílias
que estão em área de risco lá na Vila Ecológica, na Vila Gaúcha, na União Santa
Teresa, onde não tem esgoto, não tem água, não tem energia adequada, e a
Prefeitura não pode fazer nada, porque é Área de Preservação Ambiental.
Tirem-se essas pessoas dessas áreas, abra-se esse debate, coloquem no pé do
morro, e a gente sabe que é possível - a gente tem documentos aqui que eu quero
mostrar para vocês, a gente buscou, desde 2008 há
um estudo aprovado pela Prefeitura que aponta isso, com parecer de todas as
Secretarias - e que há condições de abertura de ruas na área da FASE. Este
documento aqui (Mostra documento.), eu vou deixar para a Presidência e
solicitar que dê cópia para cada um dos nobres Vereadores, para que tenham
conhecimento do que eu estou falando. Então, tem viabilidade de abertura de
ruas, de manter as pessoas em algumas áreas de vilas já consolidadas lá, e a
oportunidade de fazer um grande crescimento para aquela região, organizando
aquele povo a partir da construção verticalizada. Não há outra alternativa que
não prédio, para isso a Prefeitura não precisa fazer o convencimento, porque
essa proposta partiu de nós, pelo entendimento de que só a partir da construção
verticalizada a gente conseguiria garantir a permanência de todos os moradores
lá na região.
Espero que os
Vereadores se somem, e que essa Comissão, que foi criada há uns meses, e eu
participei da primeira reunião, da reunião de instalação, e solicitei que essa
Comissão fizesse uma visita à nossa comunidade, se reunisse com as nossas
comissões. Não é eventualidade conseguirmos reunir 300, 400, 500 e até 700
pessoas nas assembleias que a gente tem feito lá na região. O povo está
organizado na Cruzeiro, o povo sabe o que quer, o povo quer permanecer, quer
permanecer com mais dignidade, mas quer também que todos os Poderes façam a sua
parte. O Governo Federal vai despejar o dinheiro para fazer o Minha Casa, Minha
Vida, e só tem essa forma, segundo a Prefeitura, de fazer isso. A gente entende
todo o esforço do Prefeito em fazer isso, Horácia; ele está lá quando é chamado
pela nossa Comissão na região. O Prefeito, quando não pode ir, nos recebe, então
a gente não tem o que dizer em relação ao empenho do Prefeito em ajudar a
construir uma alternativa melhor lá para a região.
Agora, nós queremos
que esta Casa nos ajude nesse pleito de fazer com que aquela área do Estado,
nobre, a área da FASE, que há poucos meses quase foi a leilão, que dela sejam
direcionados apenas 5 hectares para a moradia popular; assim como a área da
Penitenciária Madre Pelletier, que é outra área do Estado, são quase 2 hectares
escondidos atrás do Presídio, que poderiam perfeitamente estar abrigando
famílias ali da Vila Maria, da Av. Silva Paes, da Rua Mariano de Matos, que
estão mais próximas e sofrerão impacto com as obras da Copa de 2014 também.
Hoje, o cadastro socioeconômico está sendo dividido em etapas. Quero mostrar
para vocês aqui o mapa que a Prefeitura, o DEMHAB nos
passou; é assim que estão procedendo. (Mostra o mapa.) Nós conseguimos garantir
que nenhuma ação da Prefeitura seja feita sem primeiro realizar reuniões para
colocar para as pessoas quais serão os procedimentos, como vai se dar. Então, a
gente está fazendo uma série de reuniões. Para vocês terem uma ideia, só na
Tronco Postão, pela sua dimensão, serão quatro reuniões. Já ocorreram duas
nesta semana, e, na semana que vem, ocorrerão mais duas, nos dias 16 e 18 de maio,
no Centro Administrativo Regional.
Eu também quero
deixar estas cópias, Presidente, que são da área da FASE de que estou falando.
(Mostra impresso da área.) São as aberturas de ruas, o estudo que está sendo
feito, além deste documento aqui (Mostra documento.), que tem os pareceres de
todas as Secretarias do Município, favoráveis à abertura de novas ruas lá na
área da FASE.
Espero contribuir
para este debate e peço que os Vereadores venham até a nossa Comissão. Ver.
Mauro Pinheiro, peço que marquem imediatamente uma reunião com a nossa
Comissão; queremos fazer uma bela assembleia com 600, 700 pessoas; o Ver.
Tessaro participou da nossa última audiência pública e sabe do que estou
falando. O povo está organizado, está mobilizado e conta muito com a participação
desses Vereadores para que a Cidade cresça e para que a nossa região da Grande
Cruzeiro tenha um salto de qualidade, não só no tema da moradia, mas também no
da cultura, do esporte e do lazer. O meu abraço a todos, e obrigado por esta
oportunidade. A gente conta muito com vocês.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convidamos o
Sr. Michael Santos a fazer parte da Mesa.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente,
quero cumprimentar o Michael, que esteve aqui apresentando e relatando os fatos
da Tronco Cruzeiro. Estivemos lá na sua ausência, Ver. Ferronato, representando
a nossa Comissão Especial de Acompanhamento das Obras da Copa. Eu vou comunicar
o que manifestei naquela plenária, que estava lotada. Conheço aquela comunidade
há muitos anos, fiz diversas assembleias lá quando eu estava no DEMHAB, e
entendo que não é a questão da Copa que vai resolver a situação da Tronco
Cruzeiro; aquilo é uma questão de humanidade, de gestão, é uma questão de Porto
Alegre. O momento é da Copa, e é muito importante aproveitar este momento em
que existem verbas. Lá eu ouvi o relato das áreas, inclusive a do Exército, que
estão sendo colocadas à disposição do Município, e também na Rua Prisma e
diversas outras áreas do Morro Santa Teresa, enfim, totalizando oito áreas para
fazer com que haja construções verticalizadas - naquelas que não puderem,
construções horizontais - para podermos atender aquelas famílias. Hoje se fala
que há de 1.400 a 2.000 famílias, não se sabe exatamente. Por isso, é
importante esse levantamento socioeconômico que está sendo feito, até para
sabermos dados como esses. Como eu falei aquele dia, nós temos que fazer com
que haja o reassentamento. A avenida é vital para Porto Alegre, mas é vital,
para as famílias, que elas não venham a perder o seu patrimônio. Por isso, é
muito importante o levantamento socioeconômico, é muito importante esta Câmara
de Vereadores agilizar e votar a lei para o bônus-moradia e fazer com que haja
os ajustes com o Executivo, porque eu entendo que não há, na região, local para
todas aquelas famílias. Muitas daquelas famílias não desejam ficar em
apartamentos, e, com o bônus-moradia, elas poderão escolher qualquer parte da
Cidade, próximo de seus parentes, para ali instalarem as suas famílias.
Então, podem contar
com a nossa parceira, Presidente DJ Cassiá, Ver. Elói Guimarães, Ver. Alceu
Brasinha, Ver. Nilo Santos. Nós sempre trabalhamos pelas causas sociais e
estamos, justamente, querendo que os projetos aconteçam. Estão prometidos para
julho. Eu acho que tem que acelerar os projetos, porque, se eles são realmente
para acontecer até 2014, quando acontecerá a Copa do Mundo, nós já estamos
atrasados, sim. Nós precisamos acelerar os projetos e fazer com que aquelas
famílias tenham moradias dignas, sem perder aquilo que já investiram. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Michael, eu
quero, em primeiro lugar, trazer um abraço a ti e aos nossos visitantes. Quero
falar em nome do PSB, mas também falo enquanto Presidente da Comissão da Copa.
O Ver. Tessaro, que falou anteriormente, é o Vice-Presidente da Comissão.
Estamos aqui com a Direção, e quero citar o nome do Ver. Tarciso, da nossa
subtemática de esporte e área social; está presente o Ver. Adeli Sell, que é
encarregado da infraestrutura; e também está presente o Ver. Dr. Thiago, que
comanda a parte ambiental. Eu já havia falado, e compreendo a necessidade de
que haja esse grande entendimento, por isso estamos juntos. Quando nós tivemos
aquela reunião preliminar, foi o Michael que nos solicitou que se tivesse um
grande encontro lá região. Quero dizer que, imediatamente após ter assumido a
Comissão, foi feito um encontro na região, uma Audiência Pública que foi
solicitada pela Presidente da Câmara, pela Mesa Diretora. Eu estive presente; o
que aconteceu? Naquele dia, combinou-se, tratou-se que se voltaria lá depois.
Agora, pela informação que o amigo traz aqui, parece-me que seriam dois
encontros - além daquela Audiência Pública, uma outra reunião. Portanto,
estamos aqui, enquanto Comissão, colocando-nos à disposição. Conversem com o
meu Gabinete, ou comigo mesmo, e marcaremos uma reunião para ir lá, porque
acreditamos que o pleito é justo. Abraço a todos e obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado,
Presidente. Quero saudar aqui o Sr. Michael, em nome da Bancada do PDT - dos
Vereadores Mauro Zacher, Dr. Thiago, Mario Fraga, Luciano Marcantônio e este
Vereador. Eu percebi na sua fala, Michael, que há uma preocupação muito grande,
e lá fora a preocupação não é referente às torres que serão feitas aqui, aos
estádios. O que eu tenho visto na mídia, principalmente nos Estados Unidos?
Eles estão nos detonando, vendo as Olimpíadas e a Copa do Mundo como uma guerra.
Eu tenho uma
preocupação muito grande com o social, eu, que há 17 anos entro nas vilas, nas
periferias, onde eu trabalho com escolinhas, com o social, com a criança, que é
a minha bandeira e é a bandeira do nosso Partido - a inclusão social, e não a injustiça
social -, tenho uma preocupação muito grande com esse lado, porque nós vimos,
há pouco, uma Copa do Mundo na África, onde se mostrou a África rica e a África
pobre. A mídia mostrou a África pobre, o que é certo, mas também é lamentável.
Então, nós deixamos ainda muito a desejar no lado social.
Eu acho que,
primeiro, para receber uma Copa do Mundo aqui, nós temos que estar com o lado
social maravilhoso, para que possamos receber os visitantes de todo o mundo que
estarão aqui em 2014. Com alegria, vamos mostrar o Brasil, o Brasil mesmo, e
não um outro Brasil; um Brasil que ficará para o futuro dos nossos netos e
filhos.
Michael, conte com
este Vereador, com esta Bancada do PDT. Nós estaremos aí, brigando, estaremos à
frente com vocês, principalmente para que a nossa cidade de Porto Alegre possa
sediar uma Copa do Mundo, receber esse público e mostrar o que é a nossa
Cidade, a cidade maravilhosa que é Porto Alegre. Obrigado, Michael.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Querido Presidente,
Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; querido Michael, demais lideranças da Vila Cruzeiro que hoje
prestigiam esta Casa, senhoras e senhores, eu queria dizer ao Michael que é
assim mesmo: esse é o caminho certo. É o caminho em que a comunidade participa
passo a passo do projeto, da execução, da discussão, e, depois, da realização
da obra. Se não fosse assim, depois, no fim, restariam uns insatisfeitos,
outros muito satisfeitos, como normalmente acontece, e restariam muitos
desabrigados.
Acho que esse é o
caminho, e é fundamental essa atenção que você dá, junto com a comunidade, para
esse passo a passo da execução de uma obra dessa magnitude, que tem esse
impacto na comunidade. Por isso que nós, Vereadores, nos esforçamos tanto para
que a comunidade tivesse assento, vez e voz nesse grupo de trabalho.
O Ver. Dib me cobra
ali que nós, Vereadores, talvez tivéssemos que fazer parte desse grupo de
trabalho. Embora eu sempre concorde e esteja atento ao que o Ver. Dib diz, eu
discordo, porque acho que a Câmara tem que ficar como uma instância de recurso,
uma instância que pode socorrer tanto o Executivo quanto a comunidade, no caso
de um impasse, no caso de uma dificuldade, porque a gente precisa superar essa
dificuldade através do diálogo. Esse é o trabalho da Câmara de Vereadores.
Tenha a certeza de
que vou, junto com outros Vereadores, junto à Diretoria Legislativa e ao
trâmite normal da Casa, lutar para que essa Lei do Bônus-Moradia, com essa
Emenda que nós já discutimos, possa vir a plenário, e a gente aqui a discuta,
porque o Bônus-Moradia realmente é uma das alternativas que há para a
construção dessa obra, que é importante para a Cidade, é importante para que a
Copa se realize, mas ela tem que ser construída e executada dando a maior
atenção possível à comunidade. Antes de tudo, atendendo à comunidade da Grande
Cruzeiro. Parabéns pelo trabalho! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em
nome da nossa Bancada, do nosso Líder, Ver. Mauro Pinheiro, da Verª Maria Celeste,
do Ver. Aldacir Oliboni, aqui presentes, eu quero dizer que para nós é
extremamente confortante, Michael, ver várias pessoas da comunidade da Grande
Cruzeiro aqui presentes. E mais do que isso, ouvindo os Vereadores, em
uníssono, concordarem que precisamos ver a Cidade além da Copa, além de 2014.
Ou seja, as pessoas ficarão morando em Porto Alegre, portanto, pessoas que
estão a sete minutos do Centro ficarão ali. Num grande debate com a comunidade,
diga-se de passagem, nada fácil, as pessoas concordam em verticalizar, em
edificações, e, na impossibilidade, com o bônus-moradia, que não uma proposição
minha, discuti isso com o DJ e com outros Vereadores aqui. Nós estamos
colocando algo que a comunidade quer, porque outras comunidades já tiveram essa
mesmo possibilidade.
Nós estamos pensando
no futuro da Cidade, no bem-estar das pessoas, como há pouco disse aqui o Ver.
Toni Proença. Fico muito feliz em saber que os outros Vereadores, das outras
bancadas, têm uma grande concordância com essa questão. Eu vou solicitar,
encarecidamente, que o Ver. João Dib consiga construir, como representante do
Governo, essa posição com o Executivo Municipal. Meu caro Dib, são seis
representantes da comissão de moradores que já estão no Conselho Gestor,
tratando dessa questão com a Prefeitura. E é claro que temos que fazer uma
negociação com o Estado também para resolver o problema daquelas ocupações
irregulares na área da FASC, que é uma pequeníssima parcela de terra apenas.
Acho que todos ficarão bem: Município, Estado, moradores. Pelo bem do povo de
Porto Alegre, vamos caminhar juntos, e que não seja uma proposição minha,
pessoal, no caso porque eu entrei com o Projeto, mas que seja dos 36 Vereadores
desta Câmara. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do artigo nº 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, DJ
Cassiá; meu caro Michael Santos, Secretário-Geral do Instituto de Integração
Social, daqui a um ano e meio eu devo deixar esta Casa, e confesso que ao longo
do tempo não aprendi a fazer discursos para agradar. Eu quando falo em Copa do
Mundo e obras da Copa do Mundo, evidentemente não são obras que não estejam
desejadas pela comunidade, que tantas vezes foram faladas aqui, há decênios,
como é o caso da Av. Tronco, como as necessidades que nós temos na 3ª
Perimetral, ou como as necessidades que nós temos para resolver o problema do
“X” da Rodoviária. Então, não é para a Copa do Mundo; é que a Copa do Mundo
proporcionou a oportunidade de fazer financiamentos que o Governo Federal não
dava, está dando agora, então, vamos usar de forma correta. Agora - e por isso
que não aprendi fazer discurso para ser agradável, porque eu não sou agradável,
para mim é certo ou errado e não tem diferença -, se o Executivo já tem uma
comissão trabalhando onde os moradores da Cruzeiro estão representados,
participam, o nosso orador de hoje mostrou as plantas fornecidas pela
Prefeitura, portanto não está abandonado, está tratando do problema com quem
deve tratar e a solução há de vir. Agora, o importante também é saber das
limitações, não é por discursos agradáveis que vai se resolver o problema, e
por isso me despi das condições de Líder do Governo para ser só o João Dib.
Vamos ter muita seriedade, muita responsabilidade e muito cuidado na apreciação
dos problemas desta Cidade, porque os problemas não são de uns poucos, os
problemas são de todos, a Cidade tem muitos problemas, não é só na Cruzeiro. Eu
falo com tranquilidade, um dia eu fui Prefeito e ajudei a Cruzeiro a fazer,
junto com os moradores, uma série de modificações no sentido de melhorar; achei
justo e correto. Espero que os moradores que estão representados junto ao
Executivo consigam, com tranquilidade, buscar a solução mais correta e não
fazer grandes sonhos, ouvir grandes discursos e terminar sendo frustrados.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá):
O Sr. Michael Santos está com a palavra para as considerações finais.
O SR. MICHAEL
SANTOS: Acho que o Ver. Airto Ferronato saiu. Eu só queria esclarecer que esse
Projeto da Copa vai atingir pelo menos dois bairros: o Santa Teresa, onde está
a Grande Cruzeiro, que tem essas 22 vilas, em que sou o Coordenador-Geral da
Comissão de Habitação, e onde nós nos organizamos; e há também, no final da
Cruzeiro, a Vila Divisa, que é só uma Vila que está no Bairro em que ocorreu
essa reunião, inclusive a Comissão não tinha nem representante na instalação
aqui da Comissão oficial em que estávamos. Quando falamos que é necessário
fazer uma reunião dessa Comissão com os moradores da Grande Cruzeiro, é lá na
Cruzeiro, não é no Cristal onde já ocorreu. E sabemos que a Câmara retornará
hoje ou amanhã, já existe uma agenda marcada, Ver. Mauro Pinheiro, acho que o
senhor estava nessa última agenda deles, e está se referindo à Vila do Cristal,
e não às 22 vilas da Cruzeiro. É esse o esclarecimento que eu queria passar
aqui.
Aproveito este momento para fazer um agradecimento
especial a todos os Vereadores que deram esta oportunidade de a gente falar
aqui sobre os problemas, falar dos nossos sonhos, sim, Ver. Dib, porque acho
temos que pensar grande, e nós, como comunidade, não podemos somente sonhar,
mas lutar, batalhar, e estamos numa grande batalha, lutando pelo melhor para todos
os moradores daquelas vilas que compõem a Grande Cruzeiro. Não somente aqueles
que serão atingidos pelo traçado da duplicação da Avenida, mas aqueles que vão
ficar e aqueles que ainda, assim como eu, têm a esperança de ter uma escola de
Ensino Médio; aqueles que, assim como eu, têm a esperança de receber um
atendimento de saúde digno, num espaço limpo, não como ocorre no Postão, que
está quase caindo nas nossas cabeças, e que já não tem médicos, pois todos
estão se aposentando. A gente tem a esperança de que essas questões se resolvam
a partir dessa facilidade que o Município tem e terá para angariar empréstimos,
parcerias para fazer o que tem que ser feito aqui pela nossa Cidade. Esperamos
que o Ernani - mandamos um abraço para ele -, responsável técnico da SECOPA, se restabeleça o mais rápido possível; Eunice, um abraço para ti
também; aos técnicos que têm se reunido conosco na Prefeitura quase que
diariamente, para tentarmos resolver esses problemas. A gente entende que esse
é o caminho, o do diálogo, que o Poder Legislativo Municipal, a Prefeitura e a
comunidade se entendam para que a Cidade cresça. É esse o caminho que vamos
trilhar; não abrimos mão disso, independente do período eleitoral que se
aproxima no ano que vem. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Agradecemos a presença do Sr. Michael Santos, representante do Instituto de Integração Social. Quero dar os
parabéns a você que representa aquela comunidade e a todos da comunidade que
estão aqui, as lideranças, sejam bem-vindos e contem sempre com os 36
Vereadores desta Casa. Michael, parabéns pelo trabalho de vocês, contem
conosco. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.
O
SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, como estou inscrito em Grande
Expediente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar no período de Grande Expediente. E, após, passarmos às
Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Passamos ao
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente em exercício, Ver. DJ Cassiá; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, ocupo esta tribuna
em Grande Expediente, pela primeira vez após o meu retorno, e quero dizer que
hoje vou utilizar esta tribuna profundamente magoado. Digo magoado, porque
estive, na gestão passada, como Líder do Governo; fui Secretário durante dois
anos, nesta atual gestão; faço parte do Governo, ajudei a eleger este Governo,
mas aprendi algumas coisas na vida: primeiro, o meu compromisso é com a minha
família, e, segundo, com a minha comunidade. E aqui, hoje, eu venho defender a
minha comunidade, porque, infelizmente, por uma atitude de desrespeito tanto da
EPTC, como por parte do próprio Prefeito, retiraram o lotação Ipanema. E este
Vereador foi um daqueles que lutou também para que fosse estendida a linha para
o loteamento Nova Ipanema. Só que hoje, o lotação chamado Ipanema não passa em
Ipanema. O lotação chamado Ipanema não passa em Ipanema! Então, é algo sui generis na história.
Segundo: eu aprendi, desde pequeno, com a minha
mãe, que conquista ninguém quer perder, conquista a gente só quer ampliar. Essa
comunidade inteira tem uma das linhas mais antigas, desde o início dos lotações,
e agora deixou de tê-la; deixou de tê-la. No mês de fevereiro o lotação Ipanema
deixou de entrar no bairro Ipanema e passa pela Juca Batista, indo em direção
ao loteamento Nova Ipanema. Inclusive eu sei que os permissionários da Linha
Guarujá, dentro da própria ATL, estão insatisfeitos, porque perderam também
parte de usuários que tinham. Mas nessa realidade da briga entre EPTC e ATL,
quem foi prejudicado, de forma total, foram os moradores de Ipanema. Nós
tivemos o cuidado, e eu só estou usando esta tribuna hoje, porque tive todo um
trabalho de construção, tive todo um trabalho em construir... Logo que
aconteceu, fizemos um contato com o Secretário Cappellari, da EPTC, e ele nos informou que foi feita uma
pesquisa e que estava com baixa densidade ali em Ipanema.
Quero também dizer que uma baixa densidade não
significa a retirada. Eu desafio o Secretário Cappellari, para que me diga
algum lugar de Porto Alegre que tenha sido retirada uma linha para colocar
outra. Pode ter sido ampliada, mas esta foi retirada. E qual foi o cuidado que
nós tivemos? Após as interlocuções com o Secretário, com a Prefeitura, não
obtivemos êxito; nós mobilizamos a comunidade, num abaixo-assinado, em que
1.021 moradores e usuários assinaram pedindo o retorno da linha. Ato contínuo,
tive o cuidado de protocolar, no dia 30 de março, e eu vou ler (Lê.): “Ofício
do Gabinete 013/2011. Excelentíssimo Senhor José Fortunati. Mui Digníssimo Prefeito Municipal de
Porto Alegre. Praça Montevidéu, 10. Excelentíssimo Senhor, ao cumprimentá-lo
cordialmente, encaminhamos a V. Exª cópia do abaixo-assinado que contém 1.021
assinaturas coletadas no Bairro, em conjunto com a Associação dos Moradores do
bairro Ipanema - AMBI - para o retorno do itinerário interior, do táxi-lotação
Ipanema. Outrossim, informamos que os originais foram entregues à EPTC, e cópia
à ATL. Desde já, agradeço a atenção, e colocamo-nos à
disposição nesta Casa Legislativa. Atenciosamente, Ver. Professor Garcia,
Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude.”
Foi recebido no dia
30 de março no Gabinete do Prefeito, pelo Sr. Thyago Prestes. Na ATL, na mesma data, entregamos ao
Sr. Magnus Isse, presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros
por Lotação de Porto Alegre, quem recebeu foi Katiele Costa, Auxiliar
Administrativo da ATL. E, na EPTC, foi recebido no Atendimento ao Cidadão,
inclusive ficou a matrícula nº 12.734, esta endereçada ao Vanderlei Cappellari.
No dia 3 de abril,
este Vereador, junto com representantes da comunidade e com a RBS, tivemos uma
reunião em que o Secretário assumiu o compromisso de que em 30 dias iria
resolver o problema. Saiu no jornal da RBS da Zona Sul, dizendo que “o assunto
ainda vai dar muito pano para manga. Os moradores de Ipanema fizeram um
abaixo-assinado para que o lotação volte ao itinerário antigo. As alterações
feitas no trajeto do coletivo desagradaram a comunidade, que reuniu 1.021
assinaturas no documento. O Ver. Professor Garcia encaminhou o abaixo-assinado
ao Prefeito José Fortunati e para a direção da Empresa Pública de Transporte e
Circulação. Segundo informações da Câmara, nesta segunda-feira [no dia 3], às
10h, haverá uma reunião com o Secretário Cappellari...”
Algumas respostas
endereçadas à RBS por usuários: “O lotação Ipanema deve continuar vindo até a
Edgar Pires de Castro, pois após a rótula da Serraria não há nenhuma outra
lotação, ficando a população dependendo somente dos ônibus.” Jorge diz:
“Parabéns ao Ver. Professor Garcia e à Associação dos Moradores de Ipanema,
frequentadores e moradores do Bairro, e a todos que assinaram o
abaixo-assinado. Vamos continuar protestando e cobrando das autoridades uma
solução mais rápida e justa para este grave problema.”
Assim, passados os 30
dias, fiz contato com o Secretário, que nos disse que não tinha uma solução
para dar, talvez fazer uma baldeação.
Eu quero dizer que
este morador está mobilizando os moradores do Jardim Isabel, são mais 18 mil
pessoas que também perderam parte da linha. Aqui não vai nenhuma ameaça, mas
quero dizer que as casas de Ipanema portarão faixas com os dizeres: “Sr.
Prefeito, queremos o nosso lotação de volta”. E a primeira casa será a deste
Vereador, porque entendo que devemos fazer política de forma séria, coerente.
Foi isso que procurei fazer até este momento, mas acho que o Prefeito e o
Secretário Cappellari não querem a forma séria; querem a forma do confronto, e,
quando a forma do confronto existe, a comunidade também sabe se mobilizar.
Faixas são fáceis de fazer, são fáceis de espalhar, e são uma forma de fazer
pressão.
Na última
segunda-feira, depois de esgotados todos os esforços, na nova reunião na
Associação dos Moradores do Bairro Ipanema, ficou acertado que, nesta semana,
este Vereador, junto com a Associação, ingressaria no Ministério Público de
Justiça para resolver a questão. Que o Ministério Público diga se é possível o
Poder Público tirar uma linha já existente e levá-la para outra comunidade. Nós
entendemos que essa comunidade também merece, mas não pode retirar de uma e dar
para outra. Desde que nasci, minha mãe me ensinou: “Conquista, meu filho, a
gente não perde, só queremos ampliar.”
Vou tomar a liberdade
de ler o Ofício que estamos enviando ao Dr. Eduardo de Lima Veiga, digno
Procurador-Geral de Justiça, Ministério Público do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 12 de abril de 2011 (Lê.): “Excelentíssimo Sr. Procurador-Geral da
Justiça. É com o máximo prazer que, nesta oportunidade, cumprimento V. Exª, e,
aproveito, respeitosamente, para informar e requerer o que segue. Como é do
conhecimento, a Carta Federal de 1988, em seu art. 127, dispõe que ‘o
Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis’. Igualmente, a Carta Magna
em seu art. 7º, inciso IV, dispõe que ‘são direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos (...) (grifamos)’ De igual modo, a
Constituição do Estado de 1989, determina: ‘Art. 178 - O Estado estabelecerá
política de transporte público intermunicipal de passageiros, para a
organização, o planejamento e a execução deste serviço, ressalvada a
competência federal. Parágrafo único - A política de transporte público
intermunicipal de passageiros deverá estar compatibilizada com os objetivos das
políticas de desenvolvimento estadual, regional e urbano, e visará à: I -
assegurar o acesso da população aos locais de emprego e consumo, de educação e
saúde, e de lazer e cultura, bem como outros fins econômicos e sociais
essenciais; (grifamos). II - otimizar os serviços, para a melhoria da qualidade
de vida da população.’ Da mesma forma, dispõe o art. 179 da Constituição do
Estado: ‘A lei instituirá o sistema estadual de transporte público intermunicipal
de passageiros, que será integrado, além das linhas intermunicipais, pelas
estações rodoviárias e pelas linhas de integração que operam entre um e outro
Município da região metropolitana e das aglomerações urbanas. Parágrafo único -
A lei de que trata este artigo disporá obrigatoriamente sobre: I - o regime das
empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços de transporte, o
caráter especial de seus contratos e de sua prorrogação, bem como sobre as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão de concessão ou permissão; II
- direitos dos usuários.’ Por sua vez e nem poderia ser diferente, a Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, primeiramente, em seu artigo 142,
‘inciso I’, dispõe: ‘O transporte coletivo é serviço público de caráter essencial
e deverá ser estruturado de acordo com os seguintes princípios: I - atendimento
a toda população.’ E, no art. 144, ‘caput’ assim expresso: ‘Toda a alteração no
transporte coletivo dentro dos limites do Município, com qualquer fim ou
objetivo, dependerá de aprovação prévia do Poder Executivo”. Vou grifar:
dependerá de aprovação prévia do Poder Executivo. O que me surpreende é que,
pela primeira vez, em Porto Alegre, o Poder Executivo está tirando o direito de
uma comunidade, com mais de 22 mil habitantes, de ter lotação, o que já tinha
desde o início. Então, essa é uma situação nova na cidade de Porto Alegre. Eu
gostaria de que os Srs. Vereadores fizessem uma pesquisa, para ver se isso já
aconteceu. Eu gostaria de que o Prefeito Fortunati viesse a público esclarecer,
que o Secretário Cappellari viesse a público esclarecer.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Professor Garcia, o senhor tem mais 15
minutos, cedidos pelo Ver. Pedro Ruas. O senhor vai usar agora?
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Vou usar.
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Professor
Garcia continua a sua manifestação em Grande Expediente, a partir deste
momento, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Então, é nesse aspecto que queremos e estamos
sendo bastante incisivos, porque isso é um fato inédito na história de Porto
Alegre. É um fato inédito uma comunidade deixar de receber uma linha. O
Secretário Cappellari diz que é só andar mais 500 metros. Eu desafiei o
Secretário. Eu disse para ele pegar uma trena, ir até o Clube do Professor
Gaúcho, para ver se são 500 metros. Dá 1.200 metros. Mas talvez não seja nada
para alguns!
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte?
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Ver. Oliboni, já lhe concedo um aparte, ou, se o
Vereador permitir, eu tenho mais três minutos para terminar a leitura do texto,
e aí lhe concedo o aparte. Lendo, ainda, o que está sendo entregue ao
Ministério Público (Lê.): “Os moradores da Zona Sul de Porto Alegre, bairro
Ipanema, tiveram mudanças no transporte coletivo do Táxi-Lotação Ipanema, a
partir de 26 de fevereiro de 2011, a Empresa Pública de Transporte e Circulação
(EPTC), mudou o itinerário do lotação 10.4-Ipanema. Gize-se que tais mudanças,
ao invés de possibilitarem mais uma opção de deslocamento e um maior número de
usuários, causaram transtorno na vida de milhares de pessoas, pois deixou de
atender aos moradores do bairro Ipanema, após anos de atividades. Causou
surpresa à comunidade de Ipanema, que não foi consultada, nem mesmo informada,
restando apenas uma única linha de ônibus da Serraria, que chegam em Ipanema
lotados, obrigando os usuários a viajarem até seus destinos em pé. E a referida
alteração teve manifestação do Vereador em conjunto com a Associação de
Moradores do Bairro Ipanema - AMBI, através do abaixo-assinado com 1.021
assinaturas, para o retorno imediato do itinerário anterior, cuja cópia toma-se
a liberdade de anexar ao presente. De outra parte, cumpre informar a Vossa
Excelência que, apesar da solicitação para o retorno imediato do Táxi-Lotação
Ipanema, através dos ofícios: Of. Gab. 013 (...) entregue ao Ilmo
Sr. José Fortunati (...) Of. Gab. 014 (...) enviado ao Ilmo Sr.
Magnus Isse, MD Presidente da Associação de Transporte de Passageiros de
Lotação, e Of. 015, dirigido ao Ilmo Sr. Vanderlei Cappellari, MD
Diretor da EPTC, e manifestação deste Vereador, através de reunião com o
Presidente da EPTC, em 04/04/2011, até a presente data, nenhuma medida ou
providência concreta foi posta em execução. Não havendo qualquer medida efetiva
a respeito pelo órgão municipal competente. Diante do que, tendo em vista suas
atribuições de fiscalização e controle dos atos e das gestões administrativas
dos Poderes constituídos, tanto como Vereador assim como Cidadão, e, por
fundamento nos princípios constitucionais que regem a administração pública, em
seus três níveis de governo, contidos no art. 7º e 127 da Carta Federal,
recepcionada tanto pela Constituição Estadual (artigos 178 e 179), como pela
Lei Orgânica Municipal (artigos 142 e 144) e, vem, com a devida máxima vênia,
levar ao conhecimento e requerer as devidas providências de Vossa Excelência,
se for o caso, no sentido de que a Legislação Pertinente e do contido na
legislação da Ação Civil Pública e do Código de Defesa do Consumidor (Leis
Federais nºs 7.347/85 e 8.078/90), em questão, seja devidamente
cumprida nos seus termos. Diante do exposto, agradece a atenção a ser
dispensado ao presente e aproveita, respeitosamente, para se colocar à inteira
disposição, bem como de seu Gabinete na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Atenciosamente, Vereador Professor Garcia”.
O que eu li está endereçado ao Exmo Sr.
Dr. Eduardo de Lima Veiga, D.D. Procurador-Geral da Justiça, Ministério Público
do Rio Grande do Sul, situado na Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, nº 80, 14º
andar, Torre Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Agora, concedo-lhe um
aparte, Ver. Oliboni.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: Nobre colega Ver. Garcia, parabenizo V. Exª pela colocação do tema aqui
levantado, e não é surpresa. Nós constatamos que, de fato, o Governo está
atrapalhado, vamos dizer assim, para não usar um outro termo muito mais
pejorativo ou agressivo. Nós, dos inúmeros Pedidos de Providências que fizemos
aqui na Casa, constatamos que, de fato, nem 10% são respondidos ou
viabilizados. Vossa Excelência traz um assunto de extrema relevância que é o
não reconhecimento do transporte de lotação no bairro Ipanema, fazendo com que
milhares de pessoas, possivelmente, hoje, estejam pegando ônibus superlotados,
um péssimo transporte em Porto Alegre. Acho oportuno, e, se couber aqui uma
sugestão, V. Exª poderia propor à presidência ou à Casa uma ação imediata, para
que sejam convocadas as autoridades municipais a reverter imediatamente essa
situação. Eu o parabenizo por essa ação, porque é uma ação, sim, do Vereador,
e, por isso, é importante que estejamos de olhos abertos para fiscalizar os
serviços da Cidade. Parabéns!
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador. Mas quero dizer que isso não é
uma ação do Vereador; é uma ação deste Vereador em conjunto com a Associação
dos Moradores. E volto a dizer: são 22 mil moradores, ali de Ipanema, numa
situação sui generis na Cidade: o
lotação Ipanema não passa mais em Ipanema. Nós procuramos contatar todos os
órgãos, desde o Sr. Prefeito, o Sr. Secretário, a Associação de Transportes,
mas não houve resposta nem retorno. O Secretário da EPTC disse que, talvez,
conseguisse uma baldeação, um outro lotação para levar até o Jardim Isabel.
Então, não nos restou alternativa, junto com a comunidade, pelo clamor da comunidade
- e volto a dizer que quem está falando é um Vereador da base que ajudou a
eleger este Governo, e foi Secretário recentemente -, mas eu não posso me
furtar ao compromisso que tenho com aqueles com quem eu acordo e, ao retornar
para casa, à noite, também convivo diariamente. É ali que eu tenho as minhas
relações diárias, é ali que eu tenho o meu compromisso maior. Fiquei frustrado!
Na minha primeira fala, quando eu assumi aqui, hoje, eu disse que ia falar de
forma magoada, triste. Mas eu sei e entendo que o Ministério Público vai, sim,
repor isso. E quando nós chegamos ao Ministério Público, aí eu acho que se
deixa para a Justiça, porque procuramos um outro setor.
O Sr.
Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte?
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Por gentileza, meu Presidente do PMDB, Ver.
Sebastião Melo, e meu colega aqui na Câmara.
O Sr.
Sebastião Melo: Ver. Garcia, eu quero cumprimentar V. Exª pela
firmeza, porque a Cidade está acima dos nossos Partidos, dos Governos. Eu moro,
como V. Exª, lá no bairro da Grande Ipanema, onde há uma grande indignação.
Esta Casa vai discutir esta matéria em Audiência Pública, no
dia 26, não pontualmente, mas é a questão da possibilidade de haver mais
lotações. Não dá mais, Belém, Restinga... É justo que vá para a Hípica, mas não
é justo tirar de Ipanema para ir para a Hípica; o erro está aí. Eu quero que vá
para a Hípica, eu quero que vá para Belém, V. Exª também quer; não é irmão
brigando contra irmão. Agora, imaginem aquele cidadão que está ali há 20, 30
anos pegando aquele lotação, como é que ele vai aceitar isto? É claro, que ele
não vai aceitar! Eu caminho no calçadão quase todos os dias e sou parado ali,
como V. Exª, que mora bem pertinho, para falar sobre este tema.
Então, eu quero
cumprimentá-lo pela firmeza. V. Exª não está aqui renegando o Governo, V. Exª é
da base do Governo, V. Exª é competente, foi Líder aqui, e está colocando um
tema que precisa ser debatido, e nós teremos a grandeza, sob a sua liderança,
para fazê-lo.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um
aparte?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Elói Guimarães,
concedo o aparte com muita pertinência. V. Exª foi, inclusive, Secretário
Municipal dos Transportes.
O Sr. Elói Guimarães: Ver. Professor
Garcia, acompanhei a fala de V. Exª no que diz respeito a esta questão, mas
devo dizer que me assola uma profunda preocupação, nada quanto à possibilidade
jurídica de V. Exª provocar o Ministério Público, mas exatamente quanto ao
método. Chego a pensar que perdemos a força; a tribuna perde força.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Exatamente isso.
O Sr. Elói Guimarães: Mas, afinal, não
temos capacidade, enquanto Câmara, enquanto Vereadores, enquanto Comissão...
O SR. PROFESSOR GARCIA: Talvez o Prefeito
entenda que não há necessidade de haver a Câmara Municipal.
O Sr. Elói Guimarães: ...enquanto Comissão,
de darmos uma solução de cunho eminentemente municipal à questão e temos que
judicializar? Veja a gravidade dos momentos que estamos vivendo! Isso vem
acontecendo no Brasil. E eu não estou fazendo crítica; estou apenas fazendo o
registro. A judicialização do processo de fiscalização legislativa nos preocupa
profundamente. Então, V. Exª já colocou que buscou as instâncias decisórias do
Município, não encontrou a resposta, e, em função disso, vai bater à porta do
Ministério Público. Eu apenas quero deixar esta reflexão, porque algo está
errado, algo não está funcionando bem nas relações de poder, Ver. João Antonio
Dib, que tem que ter a Casa com o Executivo, porque é uma questão de administração,
é uma questão de gerência administrativa. Portanto,
fica aqui a reflexão sobre essa preocupação, Ver. Professor Garcia. Nada a
objetar, mas é o método que nos deixa extremamente preocupados. Obrigado.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Elói, V. Exª tem
razão. É por isso que, desde o início da minha fala, eu coloquei essa
preocupação. Vivendo e aprendendo, pois são fórmulas novas. Eu volto a dizer:
primeiro, nunca aconteceu, na história na Cidade, uma linha deixar de passar
pelo seu itinerário para ser deslocada para outro, mas, agora, o Cappellari e o Fortunati resolveram fazer isso. E, quando se conversa com os dois,
não se tem o retorno. Quer dizer, há uma possibilidade de talvez haver uma
baldeação ou uma outra linha. O que vamos fazer?
Agora, entendo que os
Poderes Legislativo e Executivo - e eu fui eleito para isso - têm de resolver
essa situação. Então, não me restou alternativa, e - volto a dizer - digo isso
com profunda mágoa, porque, afinal de contas, eu ajudei a eleger este Governo.
Se eu estivesse aqui fazendo algo de forma demagógica... Mas, não, é um
compromisso que eu tenho, é uma necessidade da população. São 22 mil usuários;
se todos vão usar lotação ou não é uma outra história, mas o serviço está lá à
disposição.
Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras e público que nos assiste, desculpem-me por colocar um pouco de
minha mágoa, e - volto a dizer - faço isso com profunda tristeza, porque sou um
homem de diálogo, sou daqueles que procura buscar solução. E não estou buscando
solução para mim, mas para uma população de 22 mil pessoas; fui eleito para
isso, para ser o porta-voz da população da Cidade. Entendo que, toda vez que
tem uma injustiça ou algo que não está bem na Cidade, este Vereador tem que
fazer e deve fazer o seu protesto; e vocês sabem que raramente eu utilizo esta
tribuna para fazer protesto, porque há várias formas de fazer protesto. Há
várias formas de fazer protesto. E, se eu tenho um canal com as bases, por que
protestar, se posso ir direto e colocar meus anseios? Agora, quando se utiliza
todos os mecanismos e não se vê ressonância, a porta - não vou dizer que foi
fechada, pois não acredito em porta fechada, mas acredito que, a partir de
hoje, vamos ter que usar uma chave, porque as relações vão ficar bem mais
estremecidas. Muito obrigado, Ver. DJ Cassiá, obrigado àqueles que nos ouviram.
Volto a dizer: peço desculpas, mas eu fui eleito com o compromisso com a minha
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Antes de
passar a palavra ao Ver. João Antonio Dib, eu quero informar que se encontram
nas galerias do nosso Plenário Otávio Rocha, 60 alunos da Escola Estadual de
Ensino Médio Alberto Torres, do bairro Vila Nova, Região Sul da nossa Porto
Alegre, que estão participando do serviço de Visita Orientada, integrante do
Projeto de Educação Política que a Seção de Memorial da Câmara Municipal
oferece às escolas de Porto Alegre. Sejam bem-vindos, alunos da Escola.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Solicito que o Ver.
Toni Proença assuma a presidência dos trabalhos
(O Ver. Toni Proença
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e
minhas senhoras, hoje, na hora do almoço, eu conversava com um amigo, e ele me
relatava um fato no qual, fazendo uma reclamação, disseram para ele como
resposta: “Problema seu”. E, quando ele disse isso, eu fui transportado para o
passado. Eu era Prefeito, havia um problema da Cidade, e um Vereador me disse:
“Problema seu”. Eu disse: “Não, o problema é nosso; é do Executivo e do
Legislativo”. Isso me levou a pensar que naquele dia eu cunhei uma frase: o
direito nasce do dever. Primeiro, o indivíduo cumpre com o seu dever para depois
ter direitos. Mas eu só vejo as coisas completamente diferentes por aí. E isso
também me levou a pensar que, em abril de 1948, 17 países americanos se
reuniram em Bogotá, e há uma declaração americana dos direitos e deveres do
homem; portanto há 63 anos, 8 meses antes da Declaração Universal dos Direitos
Humanos. E eu só acredito nos deveres humanos; os direitos humanos são para
enganar, são para ouvir discurso como daqueles que aqui vieram falar sobre o
problema da Av. Tronco.
Essa declaração
americana dos deveres do homem, somente a Argentina incluiu na sua
Constituição, mas 17 países americanos, inclusive o Brasil, assinaram quando
fizeram a organização dos Estados Americanos. E vejam como é importante (Lê.):
“Todos os homens nascem livres e iguais em
dignidade e direitos e, como são dotados pela natureza de razão e consciência,
devem [devem, acentuo] proceder fraternalmente uns para com os outros. O cumprimento do dever de cada um é exigência do
direito de todos. Direitos e deveres integram-se correlativamente em toda a
atividade social e política do homem. Se os direitos exaltam a liberdade
individual, os deveres exprimem a dignidade dessa liberdade. Os deveres de ordem jurídica dependem da
existência anterior de outros de ordem moral, que apoiam os primeiros
conceitualmente e os fundamentam. E, visto que a moral e as boas maneiras
constituem a mais nobre manifestação da cultura, é dever de todo homem
acatar-lhes os princípios. [Claro que aqui estão colocados os direitos humanos,
sem dúvida nenhuma, todo cidadão tem direitos, mas também tem os deveres.] O
indivíduo tem o dever de conviver com os demais, de maneira que todos e cada um
possam formar e desenvolver integralmente a sua personalidade. Toda pessoa tem
o dever de auxiliar, alimentar, educar e amparar os seus filhos menores de
idade, e os filhos têm o dever de honrar sempre os seus pais e de os auxiliar,
alimentar e amparar sempre que precisarem. [Outra vez o dever.] Toda pessoa tem
o dever de adquirir, pelo menos, a instrução primária. Toda pessoa tem o dever
de votar nas eleições populares do país de que for nacional, quando estiver
legalmente habilitada para isso. [E nós pensamos que o voto é um direito.]
Toda pessoa tem o dever de obedecer à lei e aos demais mandamentos legítimos
das autoridades do país onde se encontrar.”
E
por aí vai anotando os deveres dos cidadãos. Se todos cumprissem com o seu
dever, alguém precisaria reclamar o seu direito? Deus fez o mundo em seis dias
e descansou no sétimo. Primeiro, cumpriu o seu dever, depois gozou do seu
direito.
Eu
tenho uma pergunta para fazer: será que, à noite, quando nós nos recolhemos,
todos nós podemos responder a esta pergunta: cumprimos com o nosso dever no
dia de hoje? Se a resposta for positiva, deve-se dormir bem. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos às
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Caríssimo Presidente desta Sessão, Ver. Toni
Proença; meus caros Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, venho a esta
tribuna para falar da Marcha dos Prefeitos, Sr. Presidente. Esta é a XIV Marcha
dos Prefeitos rumo a Brasília. Lembro, Ver. Pedro Ruas, como se fosse hoje,
quando a Polícia Militar soltou os cachorros, em 1998, quando os Prefeitos tentaram
entrar no Palácio do Planalto. De lá para cá, tem sido uma peregrinação, eu não
diria só anual, porque os Prefeitos cada vez têm mais responsabilidades, ou
seja, as Prefeituras, e cada vez têm menos recursos. Desta feita, não foi
diferente: voltaram de mãos vazias. Por isso eu acho que, hoje, independe de
Governo, de quem está no Governo, de quem foi: este Brasil não é uma Federação;
só é ficticiamente. Aqui a União pode tudo, os Governos Estaduais um pouquinho,
e os Municípios têm que viver de “pires na mão” para poder buscar algum
recurso.
Porto Alegre ainda resiste. Há um conjunto de obras
que esta Cidade vem aprontando nos últimos tempos, depois que se estabilizou o
caixa do Governo, mas, cá para nós, Ver. Oliboni, a chance de as obras de
infraestrutura nesta Cidade avançarem, como de resto em qualquer parte do País,
sem o Governo Federal, é zero.
Vejam a questão dos royalties. Será que é correto que São Paulo, principalmente
Espírito Santo e Rio de Janeiro abocanhem, em royalties, 27 bilhões da produção do petróleo, que é brasileiro?
Será que está correto isso? Por que os parlamentares não enfrentam essa
questão? Porque nós temos um sistema anacrônico chamado presidencialista
orçamentário: deputado não pode ser contra o governo, senão as suas emendas
parlamentares não chegam aos Municípios. Não há oposição no Brasil hoje. Os
deputados se transformaram em agentes das emendas. Olhem, eu já disse, e vou
repetir: há algumas dezenas de Municípios pelo Rio Grande afora em que não há
um metro de asfalto; em que o posto de saúde não chegou; em que o acesso
asfáltico não chegou. Mas, muitas vezes, o pórtico dessa Cidade, Ver. Dib, é
lindo, é decorado, porque a maldita, a famigerada emenda parlamentar chegou de
forma eleitoreira para aquele Município, onde o deputado diz: “Olha, eu fiz
aqui mil votos e preciso aumentar a minha votação”. Dinheiro no Município é
obra mais barata; dinheiro no Município é mais fiscalização. Quem gosta do
passeio do dinheiro público é quem gosta de corrupção, porque quanto mais o
dinheiro público passeia, mais corrupção há neste País!
Por tudo isso, eu me somo aos Prefeitos, que às
vezes gastam mais nos hotéis e nas passagens do que as migalhas que trazem de
Brasília, entretanto o Governo tem sempre um discurso bonito, que é o administrador
público. Mas, como dizia o Padre Vieira, discurso sem ato é tiro sem bala:
troa, mas não fere. Portanto, este é um tema de muita profundidade, porque diz
respeito à vida das pessoas.
Mesmo assim, encerro dizendo: Porto Alegre hoje
gasta mais do que o limite em Educação; na Saúde pública, é a mesma coisa: 27%
na Educação, 19% na Saúde. Porto Alegre está fazendo uma obra das mais
fantásticas, o chamado Pisa - Programa Integrado Socioambiental, na Ponta da
Cadeia, que vai elevar o tratamento de esgoto para quase 80%.
Então, apesar de tudo isso, aqui ainda se resiste.
Mas eu não poderia deixar, depois de mais uma Marcha, de vir a esta tribuna
para protestar: o caminho é a municipalização, porque a municipalização é vida
melhor para as pessoas. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, uso o espaço de Liderança do Partido dos Trabalhadores para
trazer um outro tema que muito nos preocupa em relação à Prefeitura Municipal
de Porto Alegre, neste momento em que vivemos, perto do dissídio da categoria
do funcionário público do Município de Porto Alegre. Nós estamos muito
preocupados, Ver. João Antonio Dib, que é Líder do Governo, pelo descaso com
que o Prefeito Fortunati está tratando da categoria, especialmente na
negociação que está sendo tocada neste momento, via Sindicato e via Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Já houve, meu querido Paulão, ex-Conselheiro Tutelar
da Cidade de Porto Alegre, que nos assiste aqui, uma forte vontade do Sindicato
em abrir um canal de negociação com o Prefeito Fortunati, e até agora o
Sindicato não foi recebido. Foi delegado ao Secretário de Governança que
fizesse a mediação, e muito me estranha, porque o Prefeito Fortunati, forjado
na luta do Sindicato, sabe o significado e a importância da presença do Chefe
Maior do Executivo Municipal no processo de negociação. Muito me estranha alguém
que vem do movimento sindical, que prioriza debates com outros Sindicatos,
sobre outros temas, não priorizar, neste momento, sentar-se junto ao Sindicato,
ao Simpa, aos municipários de Porto Alegre e efetivamente discutir os temas
apontados pela pauta de reivindicações.
Até agora, sobre essa pauta que foi entregue no dia
14 de abril para o Secretário de Governança Cézar Busatto, sequer houve o retorno dessa proposta. E o que os
municipários pedem nada mais é do que a justeza de uma reposição real do seu
salário desses últimos seis anos, porque o aumento que foi dado, de 5,3%, que
foi garantido através do Projeto de Lei e que foi parcelado em quatro vezes,
nada mais fez do que achatar, cada vez mais, o salário do funcionário público
do Município de Porto Alegre. Nós estamos extremamente preocupados, porque esse
período de falta de vontade política e de discussão nessa negociação pode e
certamente vai levar a uma possibilidade de greve dos funcionários do Município
de Porto Alegre. Já vivemos isso no passado, já tivemos mais de 20 dias de
greve, porque a categoria não conseguia marcar a agenda com o Prefeito Fogaça,
à época, e tivemos que fazer uma intermediação, sendo que esta Casa foi
responsável por aquela abertura de negociação tão importante, mas quem pagou
pela falta do diálogo do Prefeito com a categoria foi a população de Porto
Alegre, porque o serviço não estava sendo ofertado adequadamente. É essa a
minha preocupação e a preocupação da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que
faz com que a gente venha a esta tribuna e sinalize ao Prefeito: olhe para a
categoria municipal, olhe para as reivindicações tão importantes e tão
necessárias que, até agora, sequer têm uma resposta. E o que eles pedem? Um
reajuste salarial de 18% referente às perdas salariais e a inflação anual. Isso
é possível, porque a Receita do Município tem crescido, e o último Orçamento da
Cidade mostrou que é a maior Receita dos últimos 20 anos na cidade de Porto
Alegre. Então, há, sim, a possibilidade orçamentária para isso.
Os funcionários pedem imediatamente a implantação
de um plano de carreira que não retire direitos e garanta a ascensão funcional
para toda a categoria; a defesa do serviço público e a melhoria das condições
de trabalho; o fim da terceirização; contratação temporária no serviço público
municipal, contra o uso abusivo dos estagiários; uma política de valorização do
servidor e combate às discriminações. É importante trazer aqui as
reivindicações: capacitação permanente quanto as relações de gênero, de raça,
aos trabalhadores públicos e também políticas de combate à homofobia; espaços
de discussão continuada sobre o combate ao assédio moral, à violência e à
opressão das mulheres por questões de gênero junto às trabalhadoras
municipárias; política de combate ao assédio moral; fim das punições
arbitrárias; assistência ao servidor; criação de uma política habitacional para
os municipários; a organização da categoria. São
pautas tão singelas, que já deveriam ter sido, no mínimo, respondidas através
do encaminhamento feito, via Secretaria Municipal de
Coordenação Política e Governança Local.
Os
municipários estavam lá, ontem, organizados em assembleia, Ver. Pedro Ruas -
tenho absoluta certeza de que o senhor esteve lá também -, colocando as
preocupações, as dificuldades e chamando a categoria para um dia de greve na
segunda-feira. Portanto, no dia 16 de maio, vai iniciar a mobilização da
categoria para uma greve no Município de Porto Alegre. Obrigada, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu não me encontrava neste Plenário, porque
recebia os estudantes da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas, trazendo
o questionamento sobre o tema da Reitoria.
Eu
gostaria de tratar de outro tema nesses cinco minutos - uma oportunidade única
- para lembrar a atividade que tivemos, nesta semana, com o sociólogo
Boaventura de Sousa Santos. A nossa Câmara de Vereadores fez um belo debate com
uma figura que tem reconhecimento acadêmico mundial e um perfil engajado,
militante, como poucos grandes pensadores tiveram e têm.
Eu
chamaria o Boaventura de um intelectual orgânico, revolucionário e
transformador. Ele dá poder aos movimentos sociais. Veio aqui, reuniu-se
durante dois ou três dias com a Universidade Popular dos Movimentos Sociais,
que, na verdade, não possui sede material, física, mas é um grande esforço de
reunião de todos os movimentos sociais para discutir conhecimento, unidade de
ação, para discutir a produção de uma nova sociedade e a unificação dos
movimentos. Boaventura de Sousa Santos lotou este Plenário e o Plenarinho
também, isso porque nós tivemos o cuidado e o zelo de fazer inscrições, de
anunciar apenas ingressos por inscrições. Quando fechou o
número de 400, nós passamos a inscrever para o telão, porque, na Assembleia
Legislativa, na noite anterior, muitos foram embora. Pelo reconhecimento
acadêmico e social, e na área da Educação que esse sociólogo já tem, de fato,
ele não decepcionou, Ver. João Antonio Dib, trazendo elementos muito
importantes para repensar a Educação.
Boaventura
lembrou-nos que a Educação, que o conhecimento científico ainda é,
majoritariamente, o conhecimento trabalhado nas escolas. É um conhecimento
europeu, branco, um conhecimento linear, um conhecimento que desconsidera e
marginaliza todos os outros conhecimentos que não sejam vinculados à cultura
europeia - e europeia branca -, portanto, todo conhecimento afrodescendente,
indígena, das novas organizações sociais; todo conhecimento tradicional é
considerado um conhecimento ultrapassado, é considerado um conhecimento sem
valor, e, portanto, as escolas continuam a reproduzir e trabalhar um
conhecimento que, segundo ele, serviu ao capitalismo e ao colonialismo. É um
conhecimento desagregador, é um conhecimento que não cria “pertença” - como ele
fala -, pertencimento, porque, quando eu não enxergo a minha cultura, o meu
conhecimento, chegou-se num nível de dizer que, muitas vezes, nós fazemos nas
escolas o mesmo que os colonizadores, os catequizadores - muitos deles nas
melhores das intenções -, dizendo ao povo: “esqueça quem és, esqueça no que
acreditas, e acredita no que eu digo, assuma novas posturas, assuma nova
cultura”. E nós continuamos fazendo isso através da escola pública, do
conhecimento, não só na escola pública básica, mas na universidade também, e,
portanto, alijamos não apenas territorialmente - porque ele falava, na
segunda-feira, que as cidades não são democráticas, elas criam territórios
fechados; hoje tu pertences aos que entram no shopping, tu pertences aos que entram nos condomínios fechados;
fora disso, tu não pertences. Quanto menos pertencimento, tanto na produção do
conhecimento, quanto no território, mais inimigos entre si, mais violência,
mais intolerância.
Então, querendo
sintetizar um pouco, aqui encerro a maravilha da presença do Boaventura de
Souza Santos, numa parceria com a Assembleia Legislativa; não custou nada para
a Câmara de Vereadores, e, no entanto, nós aqui tivemos, com certeza, quase 800
pessoas, e, na segunda-feira, outro tanto. Eu acho que Porto Alegre e o Rio
Grande do Sul beberam das possibilidades da transformação, a partir dessa
discussão que ele trouxe para nós. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Prezado Ver. Toni
Proença, Presidente dos trabalhos; Vereadoras, Vereadores, público que nos
assiste, minha cara companheira Fernanda Melchionna, hoje há um artigo, Ver.
João Dib, de uma companheira de Partido minha e da Fernanda, que é a Luciana
Genro. O título do artigo, Fernanda, é muito sugestivo - não sei se o Ver.
Oliboni chegou a ver -, ele diz: “Devolva o nosso dinheiro”. Os jornais, como
um todo, trazem essa matéria. Eu li hoje o jornal Zero Hora, o Correio do Povo,
o Jornal do Comércio e o jornal O Sul, todos com o mesmo tema; a barbaridade
que significou essa ação da Azaleia de demitir agora 840 trabalhadores e trabalhadoras.
E já tinha sido feita, em 2008, uma demissão de 800 pessoas na Cidade de Portão
- nós fomos lá protestar, Verª Fernanda, lembras? -, e também, Vereadores e
Vereadoras, 2.500 demissões na Cidade de São Sebastião do Caí, em 2005, e nós
também estivemos lá protestando. Isso, por si só, já seria um problema muito
grave, uma empresa que, sistematicamente, promove demissões em massa,
exatamente contrariando aquilo que hoje é uma linha universal de proteção ao
emprego, e que, no Brasil, atingiu o seu auge com o discurso presidencialista
de que as empresas deveriam, se necessário, demitir de forma muito comedida.
Mas essa empresa vai além - aliás, é um grupo de empresas; são vários nomes,
várias empresas - Grupo Grendene, Vulcabras, Azaleia... São muitos nomes, só
aqui tem dez: empresa Única, empresa Agropecuária Jacarezinho, Siderúrgica Três
Lagoas, Iaco Aquagrícola, Vulcabras Nordeste, VDA Calçados... São dez empresas
do mesmo grupo, Ver. Oliboni, o Grupo Grendene. Esse grupo recebeu 3 bilhões de
reais do BNDES! Três bilhões de reais para promover desenvolvimento e emprego!
E agora, Ver. Sebastião Melo? E agora? Quem devolve esse dinheiro? Fora os
incentivos fiscais gigantescos que a Azaleia recebeu no Governo Britto: 53
milhões de reais, Ver. Braz, de incentivo fiscal direto do Governo Britto!
Direto! Mais o empréstimo do BNDES, de 3 bilhões de reais!
O que o Ministério
Público Federal fez? Ver. Toni Proença, que preside a Sessão, eu peço a V. Exª
que encaminhe esse pronunciamento ao Ministério Público Federal, ao Dr. Jorge
Gasparini. O que fez o Ministério Público Federal? Abriu um inquérito, meu
amigo Rogério, que acompanha isto com atenção, na nossa linha, Verª Fernanda
Melchionna, para descobrir onde está esse dinheiro, os 3 bilhões de reais -
bilhões de reais! E esse inquérito, Ver. João Dib, tem também, como figura do
polo passivo, como ré, a União. O Ministério Público Federal fez um inquérito
contra a Azaleia, a Grendene, todo esse grupo, e contra a União. Uma, porque
não colocou o dinheiro na produção e no emprego; a outra, a União, porque
entregou o dinheiro e não fiscalizou! E o Ministério Público Federal quer a
condenação de ambos - Grupo Grendene em geral, e União no particular.
Acho que está de
parabéns, novamente, o Ministério Público Federal. É um abuso, é um assalto aos
cofres públicos o que fez esse grupo com o dinheiro do BNDES. Mas quem
emprestou o dinheiro deveria fiscalizar, sim. Não se jogam 3 bilhões de reais
pela janela sem saber onde caem. No caso concreto, caíram no colo de empresários
que não cumpriram com a sua parte no trato, no pacto social de gerar
desenvolvimento e emprego. Portanto, esse dinheiro, até agora, está perdido, e
alguém terá que dar conta dele.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores, Vereadoras,
público que acompanha a nossa Sessão, em nome do PT, do PSOL e do PSB, faço a
minha manifestação, primeiramente concordando com as palavras trazidas pelo
colega Ver. Pedro Ruas, de que é preciso, sim, rever as isenções dadas a essas
grandes empresas, cujo destino desses recursos muitas vezes não sabemos.
Por outro lado, quero, em nome da oposição, lembrar
um dia muito especial, Ver. João Antonio Dib: hoje é 12 de maio, Dia do
Trabalhador da Saúde. Mais de cem mil trabalhadores da Saúde, no Estado do Rio
Grande do Sul, hoje, com certeza, recebem ou dão o abraço da solidariedade e da
fraternidade, porque são pessoas que merecem a nossa consideração, pelo
trabalho que desenvolvem nas diversas entidades, nas diversas instituições em
que estão trabalhando, atendendo no Rio Grande do Sul, seja em uma Unidade de
Saúde ou em um hospital de grande porte da nossa Cidade. Esses mais de cem mil
trabalhadores lidam com a vida do cidadão, Ver. Pedro Ruas. Apenas como
exemplo, esse trabalhador da Saúde, de uma unidade da SAMU, ao ver um acidente
e perceber que ali há uma vida em risco, de certa forma presta uma
solidariedade ao conjunto da sociedade para poder dar o aporte necessário, seja
na agilidade dessa ambulância ou no conforto que esses profissionais dão àquela
pessoa atingida por um acidente.
Então, não tem como a Câmara Municipal, em um dia tão importante como este, 12 de maio, deixar
de solidarizar-se com esses profissionais que trabalham com a vida do ser
humano, que muitas vezes nós, como vítimas, somos abraçados por eles,
socorridos e salvos por eles. É por isso, Ver. Dr. Raul, que essa função, desde
o médico até o auxiliar de limpeza, desde o enfermeiro até o agente
comunitário, tem uma enorme atribuição de poder ser reconhecida, e que muitas
vezes não o é devido a essa grande mobilização que muitas
categorias fazem em buscar um salário decente o que não é reconhecido nem pelo
Poder Público e nem mesmo pela iniciativa privada. Até porque muitas dessas
instituições não pagam o piso nacional do salário, por várias atribuições e
funções já denunciadas.
Se cabe aqui um apelo
para poder ajudar e se solidarizar com esses profissionais, é dizer que este
Parlamento quer, sim, não só se solidarizar, mas também se somar a esse
movimento nacional, que a maior parte das instituições, federações e sindicatos
ou associações faz hoje para buscar os pisos nacionais de salário.
Por esta razão, e
pela grande função que têm esses profissionais da Saúde, eles merecem receber,
neste dia, o nosso abraço de solidariedade, de reconhecimento, e, mais do que
isso, de apoio às suas ações. Muitas vezes não é pago o valor real do salário
pela sua atribuição, mas é pago pela sua atitude de solidariedade, de interesse
e de ação conjunta pela missão que assumiu quando foi formado, seja médico,
enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, laboratorista, físico, e tantas
outras profissões - da área administrativa, por que não? -, para poder então
contemplar e formar essa equipe tão maravilhosa em defesa da vida humana.
Portanto, em nome da
Câmara e da oposição, queremos - se os Vereadores concordam, com certeza - nos
solidarizar, darmos o nosso abraço amigo, e parabenizá-los pela grande missão
que têm de salvar vidas humanas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença, presidindo os trabalhos da presente Sessão, a meu juízo, um
preceito fundamental teria que ter a Constituição: o direito ao emprego e
consequente salário. Poderíamos cortar, Ver. João Antonio Dib, 80% das
disposições constitucionais, poderíamos simplesmente passar uma régua, mas uma
disposição dessa natureza, eu até diria que perfectibilizaria o próprio
capitalismo, que, evidentemente, tem na autossustentabilidade fatores que não
pode dispensar, porque, quando se vê o impacto da decisão tomada no Município
de Parobé, coincidentemente um Município obreiro, administrado por uma Prefeita
do PTB, a Prefeita Gilda, reeleita pelo seu trabalho na comunidade, a gente
fica estarrecido com uma decisão dessa magnitude em que, de repente, 800
empregados, 800 trabalhadores e trabalhadoras são demitidos! Atrás dessas
pessoas existem famílias, existem esposas, filhos, filhas, existe escola,
enfim, a sobrevivência do ser humano depende do trabalho, e, consequentemente,
do salário. Então, essa seria uma disposição. O Estado - e, quando falo em
Estado estou a falar em entidade pública - teria que ter mecanismos e recursos
para prontamente socorrer situações como a que vive hoje grande parte, senão a
maioria, daqueles que foram demitidos. Então, como é doloroso, meu ex-Vereador
Valdir Fraga, uma pessoa demitida, sem emprego, sem trabalho, com a família,
com aluguel, com luz para pagar! É uma pena, Ver. Tarciso, é uma verdadeira penalidade que
sofre o ser humano. Então, nós tínhamos de encontrar mecanismos, formas para
que acontecimentos dessa ordem não ocorressem, porque é a sobrevivência do ser
humano. As empresas contribuem para o desenvolvimento, para o emprego, é
verdade, mas teriam que ter algumas cautelas em situações dessa natureza. Não
poderia acontecer, se assim ocorreu - e espero que assim tenha acontecido -, da
noite para o dia: “Estão fechadas as portas e todos estão demitidos”. Não pode
acontecer isso! Isso é não é admissível nas relações humanas, por mais que se
possa entender das necessidades que tenha a empresa de se deslocar daqui para
lá em busca de incentivos. É uma vergonha neste País exatamente essa disputa
fiscal, a diversificação de incentivos varia de Estado para Estado, isso não
poderia acontecer! Afinal, nós somos uma Nação, o Brasil é uma Nação una, não
poderia haver esses tratamentos. Nós já temos a competição internacional que,
evidentemente, é incontrolável. A competição internacional, com todos os
fatores que a envolvem, tudo bem; agora, internamente, não poderia acontecer.
Então, fica esse jogo de estímulo e incentivo: puxa a empresa para cá, puxa a
empresa para lá, é como o marisco entre o mar e o rochedo, e quem se rebenta,
infelizmente, é o trabalhador. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em
Comunicações.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Vereadores, Vereadoras,
todos os que nos assistem, este é um tema que eu fico bem à vontade para
tratar, Ver. Dib, justamente sobre as obras da nossa Copa do Mundo aqui no
Brasil. Há pouco, eu conversava com o meu amigo Valdir Fraga, que inclusive
esteve de aniversário na segunda-feira - fez 60 anos, como eu; brincadeira,
Valdir! -, meus parabéns! Eu falava com o Valdir de que está aqui o site americano que diz (Lê.):
“Olimpíadas no Rio de Janeiro serão ‘jogos mortais’”. Por quê? Eu vejo uma
pressa muito grande no Brasil, quando se falou na Copa do Mundo de 2014, sobre
as obras. O que se vê é que 80% do povo brasileiro quer a Copa do Mundo, Ver.
Elói - parabéns também pela sua fala aqui -, e 20% parece que não quer a Copa
do Mundo. E essas obras não aparecem num piscar de olhos; não aparecem! No
outro dia se vai ao Estádio Beira-Rio e está pronto o Beira-Rio, está pronta a
Arena do Grêmio, está pronto o metrô. Não é assim!
Temos que fazer justiça; eu estive na SECOPA, junto
com o Presidente Airto Ferronato, e o Adeli Sell também esteve presente, e,
conversando com o Secretário João Bosco Vaz, da SECOPA, falamos sobre tudo o
que a Cidade está fazendo. Só que essas obras, João Dib, não aparecem, porque
elas estão embaixo da terra; primeiro tem que se fazer essas obras, porque não
se pode, assim como num campo de futebol, fazer primeiro a goleira. Primeiro
tem que se fazer o gramado para depois colocar a goleira, mas ninguém vê isso,
e há uma crítica muito grande. Será que em 2014 essas obras estarão prontas?!
Porque ninguém está vendo isso aí, mas se não fizer o alicerce primeiro, depois
não temos como fazer o telhado. Então há uma injustiça muito grande em cima do
nosso Prefeito, e, nós, Vereadores, estamos aí para olhar.
Eu tenho andado muito nos campos de futebol,
inclusive há estádios aqui que querem servir como centro de treinamento; tenho
ido às escolas, tenho visto o lado social, como está sendo recebida essa Copa
do Mundo, como vai ser recebida essa Copa do Mundo aqui, e estou vendo uma
empolgação muito grande, mas as obras, gente, elas só vão aparecer mesmo no
final do ano de 2012. Aí, sim, vão começar a aparecer as obras que os nossos
olhos querem ver: estádios prontos, viadutos. Agora, primeiro, é um trabalho de
fundação. Mas o mais importante de tudo isso - falado até pelo Ver. Elói, aqui
- é esse lado social, porque sem isso não vamos conseguir receber as ilustres
pessoas que virão aqui, os turistas de todo mundo. Vai ser difícil, vai ser
como a Copa do Mundo na África, João Dib, que mostrou a África rica, mas depois
a televisão mostrou também a África pobre. E aquilo ali nos deixa muito
sensibilizados e muito tristes. Eu acho que o Brasil não quer mostrar isso. O
Brasil quer mostrar o Brasil e principalmente Porto Alegre, o Rio Grande do Sul
quer mostrar o Rio Grande do Sul e a nossa Capital, que vai sediar alguns jogos
da Copa do Mundo. A gente quer mostrar um todo, transparente, mostrar a nossa
Cidade, mostrar o nosso povo, porque todos estão integrados na Copa do Mundo,
desde a criança até o adulto.
Então, é importante que tenhamos paciência, porque,
senão, acontece isto que está nesse site
dos Estados Unidos, em que o jornalista Wright Thompson critica as Olimpíadas
no Rio em sua coluna de jornal; é porque nós também damos subsídios para que
eles nos queimem dessa maneira. O Brasil vai muito bem, obrigado, e,
principalmente o Rio Grande do Sul que vai fazer um belíssimo trabalho,
recebendo dignamente o povo que aqui vier. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicito a abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Nove Vereadores presentes. Não há
quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h09min.)
* * * * *